Cirurgia Micrográfica de Mohs
O que é
A cirurgia micrográfica de Mohs é uma técnica altamente especializada para a remoção de diferentes tipos de tumores de pele. A técnica foi idealizada nos Estados Unidos por Frederick Edward Mohs, sendo hoje considerada mundialmente a melhor opção de tratamento cirúrgico para determinados tumores de pele.
O procedimento
A cirurgia Micrográfica de Mohs consiste na remoção cirúrgica do tumor de pele, com análise histopatológica da pele que fica ao seu entorno ao longo do procedimento cirúrgico. Uma vez que a porção aparente do tumor é removida, camadas milimétricas de tecido são retiradas e analisadas ao microscópio. Enquanto a análise histopatológica indicar existência de tumor, a área da pele que estiver afetada é removida cirurgicamente até que não sejam mais encontrados sinais de lesão. Então a ferida é fechada (salvo em raras excessões) e a cirurgia chega ao fim
O tempo cirúrgico é muito variável, uma vez que depende da extensão do tumor. É importante ressaltar que uma pequena lesão visível pode esconder uma grande extensão de infiltração por dentro da pele.
O procedimento é realizado em ambiente hospitalar, mas, na maioria dos casos, o paciente recebe alta no mesmo dia.
Principais indicações
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Tumores recidivados (ou seja, que já foram tratados e ressurgiram);
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Tumores que já passaram por procedimento cirúrgico prévio sem que tenham sido completamente removidos;
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Carcinomas Basocelulares, principalmente os mal delimitados e agressivos;
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Carcinomas Espinocelulares;
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Tumores localizados em áreas de risco da face ou outras regiões, e onde a preservação de tecido seja importante.
Benefícios da Cirurgia Micrográfica
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Maior precisão da avaliação das margens cirúrgicas durante a cirurgia (as margens cirúrgicas laterais e profundas são avaliadas em sua totalidade, durante a cirurgia) ;
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Maior preservação de tecido saudável, uma vez que não é necessária a retirada de margens de segurança padrão;
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Maiores índices de cura.
Dúvidas frequentes
Cirurgia de Mohs é igual a cirurgia tradicional?
Não. Na cirurgia tradicional a lesão é removida com uma margem de segurança padronizada e enviada para posterior análise histopatológica que verificará se as margens cirúrgicas estão livres de tumor. A análise histológica das margens é feita por “amostragem” do material (algumas áreas do material são analisadas com o objetivo de avaliar comprometimento ou não das margens cirúrgicas) e o resultado costuma sair alguns dias após a cirurgia. Em caso de comprometimento das margens, pode ser necessária nova cirurgia para remoção do tumor residual.
Na Cirurgia Micrográfica de Mohs, a lesão é removida com uma pequena margem, a qual é analisada na totalidade (e não por amostragem) durante o próprio procedimento, permitindo a identificação de qualquer lesão residual e a sua ampliação imediata, evitando novo tempo cirúrgico, bem como evitando remoção desnecessária de áreas de tecido/pele saudável.
Cirurgia de Mohs é igual cirurgia com congelação per operatória?
Não. Na cirurgia com congelação per operatória, após a retirada da lesão, ela é submetida à congelação e análise das margens durante a cirurgia, porém esta análise é feita por “amostragem” do material, assim como na técnica histológica tradicional.
Na Cirurgia Micrográfica de Mohs, após a retirada da lesão, ela é submetida à congelação e análise das margens cirúrgicas durante a cirurgia, porém as margens laterais e profundas são analisadas na sua totalidade e não por amostragem.
Por que é importante a análise de toda a margem cirúrgica?
Determinados tipos de tumores podem apresentar “raízes” distribuídas de forma mais irregular no interior da pele. A análise completa das margens cirúrgicas durante a cirurgia permite maior precisão na identificação destas raízes e ampliação imediata das áreas de pele afetadas.
Como é a formação do cirurgião de Mohs?
Durante a sua formação, o Dermatologista Cirurgião de Mohs recebe treinamento prático e teórico acerca da realização da técnica.
Este treinamento se extende desde a identificação das lesões para as quais a técnica é considerada apropriada, passando pelo aprendizado das particularidades na remoção cirúrgica destas lesões, processamento histotécnico para confecção das lâminas histológicas, conhecimento de histologia para a análise destas lâminas ao microscópio (avaliação das margens cirúrgicas), chegando até o aprofundamento nas técnicas de reconstrução cirúrgica das áreas e estruturas abordadas durante o procedimento.
Este conhecimento de todas as etapas do processo permite que o dermatologista habilitado para a realização da Cirurgia Micrográfica de Mohs remova as lesões, avalie as margens cirúrgicas e realize o reparo da ferida cirúrgica com mais segurança e com maior preservação de tecido saudável.
O período de formação pode variar de 1 a 2 anos, dependendo do Serviço.
Dr. Rafael Leszczynski, após ter se especializado em Dermatologia na Universidade Federal Fluminense - UFF, realizou Estágio de Formação em Cirurgia Dermatológica na Faculdade Estadual de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP e por fim, formação de Cirurgia Micrográfica de Mohs no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo - HSPMSP.
Como é o pós-operatório da cirurgia de Mohs?
Uma pergunta frequente dos pacientes com indicação de cirurgia Micrográfica de Mohs é em relação ao pós-operatório. Mas na verdade, as restrições e repouso necessários dependem muito do tamanho do defeito cirúrgico e do tipo do seu fechamento.
Saiba mais.